quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Sobrecarga de tarefas da mãe derruba o mito do pai participativo

A maior parte das tarefas em relação à educação de uma criança recaem sobre os ombros femininos
Por gerações, a humanidade se viu acostumada ao acordo "mães cuidam da prole, pais sustentam a família". Então, a revolução sexual dos anos 1960 e o feminismo fizeram com que as mulheres passassem a batalhar de igual para igual com os homens em diversas esferas: nas empresas, na cama, nas urnas. Hoje, a mulher pode assumir quais e quantos papéis quiser, inclusive a de executiva poderosa e mãe zelosa: mesmo exausta, sempre dá um jeito de brincar com o filho, ver as anotações na agenda da escola e colocá-lo na cama, entre outros dos tantos cuidados que uma criança demanda. Tarefas que dificilmente imaginamos que um homem com o mesmo cargo ponha em prática.
É claro que a presença maciça da mulher no mercado de trabalho provocou mudanças comportamentais masculinas –o peso de prover a família foi dividido por dois e os homens puderam relaxar e se tornar mais próximos dos filhos. No entanto, a maior parte das tarefas relativas à educação de uma criança ainda recaem sobre os ombros femininos, mesmo daquelas que trabalharam o dia todo (às vezes, mais do que o pai das crianças).
Mas, se levarmos em conta o cenário das gerações anteriores calcadas em pais omissos ou ausentes, hoje em dia, o pai que acorda de madrugada para trocar uma fralda, preparar uma mamadeira ou levar o filho pequeno ao banheiro é visto praticamente como um santo, uma espécie de divindade que merece todo o louvor. Diante da valorização e dos elogios, esses pais se sentem o máximo –e param por aí, porque acham que o que fazem já é o bastante. Bem visto, o pai participativo, na verdade, tem por trás dele uma mulher exaurida, cujas preocupações vão muito além de esquentar um leite ou manter um bumbum limpo e sequinho.

Segundo a psicóloga Triana Portal, é fato que os homens têm se vinculado mais aos filhos e isso reflete uma maior participação nos cuidados e na educação. "Já se vê homens acompanhando as mulheres na consulta pediátrica ou levando os filhos ao dentista, mas o que o pai faz ainda é bastante desproporcional em relação às funções da mãe", afirma. Para Triana, isso ocorre porque há questões emocionais ligadas ao papel da mãe, um peso sócio-cultural arraigado que dificilmente mudará.

Quem tem mais responsabilidade na educação dos filhos nos dias de hoje?

Resultado parcial
"As pessoas precisam entender que homens e mulheres são diferentes e cada qual tem mais habilidade em determinadas funções e desempenha melhor certos papéis. O sexo feminino é mais preparado para cuidar dos filhos, enquanto o masculino se dá melhor com tarefas que exigem força física. O erro está no desequilíbrio que se instalou na contemporaneidade, com a mulher desempenhando múltiplos papéis e jornadas", explica.
UOL

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